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Desde que assisti o documentário “Na captura dos Friedmans” (2003), refleti muito sobre o tema pedofilia e como esse tema tem várias nuances. Fiquei chocada com o documentário e, volta e meia, me pergunto o que será que de fato aconteceu naquele caso.  É natural do ser humano ter dúvidas e se deixar levar por opiniões, e mais natural ainda ter seu ponto de vista como único e absoluto. Creio que foi pensando nisso que o idealizador do filme dinamarquês “A caça” fez questão de mostrar seu personagem central como um homem íntegro, honesto e acima de tudo, inocente. Não foi intenção do autor gerar dúvidas quanto ao que aconteceu, pelo contrário, o filme deixa bem claro logo no início, que a acusação de 

A Caça (Jagten)

Lucas, personagem de Mads Mikkelsen, na cena do momento em que 'descobre' que teria abusado de uma criança, uma de suas alunas, filha de seu melhor amigo. 

pedofilia não passava de imaginação de uma mente infantil. Criação descabida e momentânea de uma criança que havia sido repreendida por uma atitude típica de paixonite de aluno para com o professor.

 

Pois bem, temo muito em contar finais dos filmes, tanto é que grande maioria dos meus textos são curtos e eu os prefiro, pois não gosto de estragar prazeres, embora gostaria de me aprofundar mais em alguns temas e filmes realmente gostosos de ver.

 

A questão de culpar inocentes sempre deu bons roteiros de filmes justamente por nos sentirmos revoltados com esse tipo de situação, mas, “A Caça” foi muito além: trouxe reflexões mais profundas, principalmente no que se diz respeito às mentiras e invenções do universo infantil. A afirmação colocada diversas vezes no filme de que “crianças não mentem” nos faz refletir que crianças podem não ter a intenção de mentir, mas inventam, criam, sonham e, principalmente, sentem muito medo de voltar atrás e serem repreendidas, só que, por serem crianças, não possuem noção da dimensão dos fatos.


“A Caça”, embora seja um filme de 2012 (seu ano de produção é o que vale para definir o ano de um filme), foi lançado em 2013, e eu só vi primeiro dia de 2014, por isso o coloco aqui nesta sessão. Pra mim, a mais grata surpresa de 2013, filme que dou nota máxima tanto para o roteiro quanto para a atuação memorável do talentoso ator Mads Mikkelsen que merecidamente venceu como melhor ator em Cannes 2012 pelo seu trabalho no filme.
Vejam hoje!

 

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